Minha cidade é onde me refugio
Onde me abrigo e peço perdão
É onde deixo meus medos
Minhas ilusões perdidas
Com medo da escuridão.
Encontro minha cama e meus cobertores
Minhas vidas perdidas e passadas
Em uma enorme encenação
Onde não existem atores
Só minha alma límpida e singela
Perdida na contramão.
Nos bares encontro meus amigos
Pessoas de anos ou meses de alienação
Nos braços da cidade durmo em paz
Como se estivesse em meu leito infernal
Quando ganho as avenidas e esqueço-me de tudo
Não ouço mais vozes.
Só o silêncio que me abriga
Deixa-me fria, calada, imóvel, instável e feliz.