Sombra Infernal


Para Felipe Caruncho, meu pequeno grande menino.

Vira noite
Vira relógio
Bate meia-noite
Última noite
Noite fria, e sombria
Pânico que assombra.

Futuro talvez me engana
Minha alma é tão insana
Loucura criou-se há pouco
Dizem que fico louco
Que grito rouco
Que arranco meu silêncio.

Nesse vôo pro inferno
Preparei até meu terno
Para poder me despedir
E agora, onde estão os santos?
Homens que vestem branco
Bonitos curam prantos
Pra poder me conduzir.
                          
Minha alma
Que agora é rancor
Uma mistura de ódio e até amor
A decisão falta apenas citar
Ao menos presenciei meu último luar.