me faça um favor,
aceite sem pudor:
escreva-me uma carta,
timbrada de batom
não precisa ser amor,
só nostalgia,
daquela cinza-fria
faça por mim esse sacrifício
sacrilégio sagrado
entregue depois uma rosa roubada
no meu quarto,
pelo meio da madrugada
que te deixo sentir essa essa dor
que é antes era só minha
mas compartilho,
respondendo para ti tua carta
mas a minha
vem com gosto molhado de uísque
e de ira vilipendiada.